A Canção Nova celebra com alegria o dia de Nossa Senhora Auxiliadora, patrona da Comunidade. Como família salesiana, comemoramos o 24 de maio com expressão litúrgica de Solenidade. Ao longo do dia, várias celebrações litúrgicas foram realizadas em Cachoeira Paulista, no Santuário do Pai das Misericórdias e no Instituto Canção Nova, além de outras atividades religiosas nas Frentes de Missão dentro e fora do país que festejam Maria, sob o título de Auxílio dos Cristãos.
O título ‘Auxiliadora dos cristãos’ foi introduzido na Ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, após a vitória dos cristãos contra a invasão turca da Europa na batalha naval de Lepanto, no mar da Grécia, em 1571. Na ocasião, uma pequena frota cristã, apoiada na intervenção milagrosa da Virgem Maria conseguiu destruir a frota muçulmana, muito maior em número. Dois séculos depois, a Igreja estabeleceu a Festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio, por outra intervenção mariana na história: a libertação do Papa Pio VII da opressão em que se achava, de Napoleão na França.
Uma espiritualidade salesiana
Entre os santos, coube a Dom Bosco a difusão da devoção a Maria Auxiliadora. Com ele e através de toda família salesiana, Maria Auxiliadora se destaca em uma perspectiva eclesial e missionária. A História relata que no ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, Dom Bosco iniciou a construção, em Turim, de uma grande Basílica, que foi dedicada a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. Até então não se percebe em Dom Bosco uma atenção especial por esse título. ‘Nossa Senhora deseja que a veneremos com o título de AUXILIADORA: vivemos em tempos difíceis e necessitamos que a Santíssima Virgem nos ajude a conservar e defender a fé cristã‘, disse Dom Bosco.
A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com Mamãe Margarida, sua mãe, a ter grande confiança em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título ‘Auxiliadora dos Cristãos‘. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi ‘Ela (Maria) quem tudo fez’, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão. No dia 17 de maio de 1903, por decreto do Papa Leão XIII, foi solenemente coroada a imagem de Maria Auxiliadora, que se venera no Santuário de Turim.
Sobre ela, escreveu Dom Bosco: “Recomendai constantemente a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e a Jesus Sacramentado. […] A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso. […] Sê devoto de Maria Santíssima e serás certamente feliz.” O amor de Dom Bosco à Nossa Senhora Auxiliadora permanece vivo em todas as casas salesianas, que sempre possuem em sua estrutura um espaço dedicado à Virgem e especial veneração e carinho à Maria Auxiliadora dos cristãos, atendendo o pedido do santo da juventude: “Diante de Deus declaro: basta que um jovem entre numa casa salesiana para que a Virgem Santíssima o tome imediatamente debaixo de sua especial proteção“.
Saiba como foi a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, em Turim, na Itália.
Um lugar na história do Monsenhor Jonas
Maria Auxiliadora também tem um lugar permanente na história de Monsenhor Jonas Abib. Aos 13 anos, o pai fundador da Comunidade Canção Nova deixou os estudos no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, e foi transferido para o seminário salesiano, no Colégio São Manoel, em Lavrinhas (SP), no Vale do Paraíba.
Distante da família, o padre conta que quando as saudades de casa, em particular de sua mãe Josepha, se tornavam mais fortes, ele recorria à Virgem Maria: olhando a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, em Lavrinhas, pedia que ela a consolasse; que pudesse, de alguma forma, descansar no colo da mãe de Jesus. E, entre lágrimas, era apoiado por ela!
As experiências do cuidado materno de Maria vividas na infância foram nutridas ao longo do tempo de seminário. A espiritualidade salesiana sobre Maria Auxiliadora acompanhou cada passo da formação do sacerdote. Confiança filial que carregaria também com a fundação da Comunidade Canção Nova: Maria Auxiliadora esteve desde os inícios, como fundamento de toda obra que Deus realizou na Comunidade.
Monsenhor Jonas Abib lembra: “Todas as vezes que eu vi que a vontade de Deus estava por ali e que eu não tinha os meios, eu usava a medalhinha milagrosa e Nossa Senhora, maravilhosamente, fazia com que os meios surgissem e tudo acontecia. Colocar a medalhinha é como dizer a Ela que confio! Assim como Ela viveu da providência, irá intervir ao ver nossa dificuldade, e nos ajudará para que cheguemos onde Deus deseja”.
Um papel fundamental na Canção Nova
Da mesma forma como aconteceu na família salesiana, na Canção Nova o amor à Maria Auxiliadora passou do pai para os filhos; do coração de Monsenhor Jonas Abib para cada um dos membros da Comunidade. A Virgem Maria é a primeira a realizar a missão da Canção Nova. Assumimos as palavras de Dom Bosco ao declarar que na Canção Nova é ela que tudo fez e faz.
Em primeiro lugar, a assistência materna de Maria perpassa cada ação de Deus em nós, a começar da geração do homem novo em nossas almas. Ela trabalha com mãos, ao mesmo tempo de mãe e de Mestra, na restauração interior de cada um de nós, retirando cada obstáculo à ação transformadora de Deus. Na vida de oração, Nossa Senhora se torna não apenas uma devoção, mas presença viva e real, que quer estabelecer com cada membro um relacionamento profundo de intimidade, marcado pelos cuidados sensíveis em cada detalhe que a oficina da vida nos proporciona.
Escreveu Monsenhor Jonas Abib em Canção Nova, uma obra de Deus: “Podemos até dizer que ela nos acompanha com sua presença. Está conosco em nossas casas, escritórios, estúdios, oficinas, nos momentos de oração, em comunidade. Sim, ela participa da nossa vida, até mesmo de nosso lazer e descontração. Presença de mãe que educa e direciona, mas que não tolhe, não inibe“.
Maria é a primeira a cantar o cântico novo, dos remidos! Seu magnificat é expressão de louvor e pleno abandono na Divina Providência, a qual, enquanto membros da Comunidade, somos chamados também a viver. Sua obediência aos planos de Deus nos forma a seguir seus mesmos passos. Por isso, internamente pedimos em forma de jaculatória: “Maria, mãe da Canção Nova, fazei-nos viver o Estatuto com amor e fidelidade“.
Discreta e, ao mesmo tempo, concreta, Maria se faz auxílio também em toda obra de evangelização desenvolvida pela Canção Nova. “Ela é a primeira a se responsabilizar pela realização da missão. O Pai confiou a Ela, o cuidado da Canção Nova. É Ela quem nos conduzirá à plena realização da missão, para a qual, o Pai nos criou Canção Nova“, disse Monsenhor Jonas Abib. E assim, ela nos auxilia a formar homens e mulheres novos para O mundo novo, na feliz expectativa do Senhor que virá.
Mais do que agir, Maria faz parte da identidade da Comunidade. Monsenhor Jonas nos ensina que somos “Canção Nova, Casa de Maria“, somos da estirpe de Maria, da raça de Maria, da sua descendência, não em virtude dos nossos próprios méritos, mas em vista daquilo que Deus opera em nós e através da evangelização da Comunidade pelas mãos de Nossa Senhora, auxílio dos cristãos.
Confira o testemunho de Luzia Santiago acerca de Nossa Senhora Auxiliadora
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George Lima Facundo, natural de Maranguape/CE,
missionário da Comunidade Canção Nova desde 2014.
Candidato às ordens sacras, estudante de Teologia,
bacharel em Comunicação Social Jornalismo (UFC) e
licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova.